O Cruzeiro (BRZ), também conhecido como Cruzeiro
"antigo" foi a primeira moeda a utilizar os centavos no Brasil, sendo
que esta moeda foi emitida em substituição ao padrão Mil-Réis,
em vigor durante o período colonial, a monarquia e também durante boa parte do
período republicano.
Esta moeda vigorou durante o período
compreendido entre 1 de Novembro de 1942 a 12 de Fevereiro de 1967, quando por
conta da alta da inflação ocorrida em especial nos anos 50 e
60, houve a necessidade de readequar a moeda para haver uma contabilidade mais
adequada das somas, que estavam cada vez mais vultosas por conta do descontrole
monetário.
Por conta deste fato, foi criada a
moeda transitória Cruzeiro Novo, que tinha o valor de 1.000
Cruzeiros "antigos" e se destinava a circulação até que as novas
cédulas, lançadas em 1970 e emitidas pela Casa da Moeda
do Brasil, entrassem em circulação.
Origem do
nome
Uma
das primeiras sugestões de Cruzeiro para nome de moeda no Brasil foi feita
pelo economista Carlos Inglês
de Sousa em novembro
de 1926 no
seu livro Restauração da Moeda
no Brasil, onde retomava sua preconização para a melhoração da moeda (já
exposta em 1924 no seu outro livroA Anarquia
Monetária e suas Conseqüências )
e onde propunha se substituir
a unidade milréis pela de Cruzeiro, se este for o nome escolhido (...)
Contudo, o nome Cruzeiro já havia sido proposto por Américo Lobo,
conforme consta nos Anais do Senado
Federal do Brasil, no dia 21 de Setembro de 1891,
em substituição ao Real,
nomenclatura considerada por alguns, à época, uma herança portuguesa indesejada.
Projetos
Inicialmente, o projeto de emissão se limitava aos
valores de 10, 20, 50, 100, 200, 500 e 1000 cruzeiros, sendo que as notas de 1,
2 e 5 cruzeiros só foram introduzidas por conta da situação de guerra, uma vez
que havia falta de condições para a emissão de moedas metálicas.
Terceira
estampa da cédula de cinco cruzeiros, a nota do índio.
Além disso, foram emitidas cédulas do tesouro nacional
nos valores de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e 500 mil-réis com o carimbo de uma
rosácea no qual se constava os valores respectivos de 5, 10, 20, 50, 100, 200 e
500 cruzeiros.
Também devido ao esforço de guerra, antigas notas
de 1 mil-réis emitidas pelo Banco do Brasil, em 1923, que estavam em depósito
foram reaproveitadas e colocadas em circulação em 1944 com o valor de 1
cruzeiro. Ao contrário das cédulas de mil-reis emitidas pelo Tesouro Nacional,
estas não tiveram nenhum tipo de carimbo ou marcação na nova unidade.5
A primeira estampa das cédulas foi encomendada a American Bank
Note Company, enquanto que a segunda, com pequenas modificações e
sem o valor de 1 cruzeiro, foi encomendada a Thomas
de La Rue & Company Limited e emitida a partir de 1949.
Em 1961, sob este padrão, houve a primeira
experiência de emissão de cédulas por parte da Casa da Moeda do
Brasil, que emitiu a terceira estampa da nota de 5 cruzeiros, que
passou a ser conhecida como a Nota do Índio.
Por conta da inflação, a nota de 5.000 cruzeiros
foi lançada em 1963 e a de 10.000 cruzeiros em 1966, sendo mantido o esquema
das cédulas anteriores, ficando a primeira estampa a cargo da American Bank
Note Company e a
segunda estampa a cargo da Thomas de La Rue.
As últimas cédulas deste padrão serviram de objeto
ao padrão transitório chamado Cruzeiro Novo, que era equivalente a 1000
cruzeiros ou a 1:000$000 (um conto de réis), sendo emitidas cédulas carimbadas
com os valores de 1, 5 e 10 centavos (10, 50 e 100 cruzeiros - 2ª estampa), 50
centavos (500 cruzeiros - 1ª estampa), 1, 5 e 10 cruzeiros novos (1.000, 5.000
e 10.000 cruzeiros - 1ª estampa).
Ainda em 1967, foram lançadas as notas da 2ª
estampa de 10.000 cruzeiros, TODAS com o carimbo aposto do novo padrão.
Todas as cédulas pertencentes a este padrão
perderam o seu valor legal entre 1972 e 1975.
Moedas
As moedas foram emitidas inicialmente nos valores
de 10, 20 e 50 centavos, bem como nos valores de 1, 2 e 5 cruzeiros, tendo suas
emissões durado entre o período de 1942 e 1961.
As moedas de centavo perderam o valor no ano de
1964 e no ano seguinte foram lançadas as moedas de 10, 20 e 50 cruzeiros, que
foram as primeiras a serem emitidas pelo Banco Central do
Brasil e que acabaram por perder o seu valor 1 ano após a
adoção do padrão Cruzeiro Novo.